Brasil é o segundo país mais estressado do mundo: saiba como evitar o impacto na saúde mental
Alta taxa de estresse afeta diretamente a produtividade dos trabalhadores brasileiros, com consequências para a saúde mental.
Da Redação
24/09/24 • 06h00
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking global de estresse, conforme dados da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA). O “mal do século”, como é conhecido, afeta milhões de brasileiros, gerando consequências preocupantes como dores de cabeça, insônia, irritabilidade, problemas digestivos e até depressão e ansiedade. Um dos reflexos mais visíveis desse quadro está no ambiente de trabalho, onde o estresse tem comprometido significativamente a produtividade dos funcionários.
De acordo com o relatório People at Work 2023: A Global Workforce View, do ADP Research Institute, 67% dos trabalhadores brasileiros sentem o impacto do estresse no trabalho, superando a média global de 65%. O estudo entrevistou 32.612 trabalhadores de 17 países, sendo 5.751 da América Latina, e revelou uma queda no apoio à saúde mental por parte dos gestores, que passou de 70% em 2022 para 64% em 2023. Além disso, 57% dos trabalhadores acreditam que seus superiores não estão preparados para lidar com questões de saúde mental de forma adequada e sem preconceitos.
Segundo o neurocirurgião Saulo Teixeira, docente do Instituto de Educação Médica (IDOMED), o estilo de vida moderno impõe uma carga de estresse emocional que compromete diretamente o funcionamento do cérebro. “A necessidade constante de mostrar desempenho no trabalho, a interação social intensa e a acessibilidade permanente às demandas profissionais e pessoais são alguns dos principais fatores que impactam negativamente a saúde mental”, afirma. Ele destaca que um dos maiores prejuízos do estresse é o comprometimento do sono, que deveria ser restaurador, mas muitas vezes é insuficiente, afetando a memória e a concentração.
Teixeira explica que é importante reconhecer os sinais de que o estresse está começando a prejudicar o sistema nervoso. Entre os principais indícios estão o cansaço extremo ao longo do dia, comportamentos compulsivos, como o uso excessivo do celular ou alimentação descontrolada, dificuldades de concentração e sono de má qualidade.
Para reduzir os impactos do estresse no dia a dia, o especialista sugere mudanças de hábitos, como manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regulares e garantir uma boa qualidade de sono. Ele também recomenda intercalar momentos de pressão com atividades que proporcionem prazer, como ouvir música ou conversar com amigos, para promover o equilíbrio mental.