Hospitais filantrópicos realizaram 61,33% das internações de alta complexidade em 2023

Instituições são responsáveis por grande parte dos atendimentos oncológicos e de cardiologia no Brasil.

Da Redação
09/09/24 • 10h10

Os hospitais filantrópicos realizaram mais internações do que a rede pública e a rede privada somadas. (Foto:Divulgação/Santa Casa)

Dados levantados pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) mostram que, em 2023, os hospitais filantrópicos foram responsáveis por 61,33% das internações de alta complexidade no Brasil. A rede pública realizou 27,94% dessas internações, enquanto a rede privada respondeu por 10,73%.

Atualmente, o Brasil conta com 1.814 hospitais filantrópicos, que disponibilizam 184.328 leitos, sendo 129.650 dedicados ao SUS. Em 800 municípios, esses hospitais são a única fonte de assistência hospitalar, proporcionando cuidados essenciais à população e empregando mais de 1 milhão de pessoas.

Além das internações, essas instituições desempenharam um papel fundamental em outras áreas críticas. Em 2023, 67% dos atendimentos oncológicos e 65% das cirurgias cardíacas de alta complexidade foram realizados por hospitais filantrópicos. No mesmo ano, essas entidades foram responsáveis por quase 70% dos transplantes de órgãos e por 68% dos transplantes de medula óssea.

Mirocles Véras, presidente da CMB, destacou a importância das instituições filantrópicas no SUS, mas apontou a necessidade de uma melhor remuneração por parte do sistema público. Segundo Véras, a defasagem na tabela do SUS, com um déficit de 60%, cria um cenário de subfinanciamento, obrigando as instituições a buscar alternativas, como doações e emendas parlamentares, para manter suas operações.

“Com uma remuneração mais adequada, poderíamos aumentar o número de atendimentos e garantir a sustentabilidade das nossas instituições, investindo em infraestrutura e modernização”, afirmou Véras.

A Lei nº 14.820/24, sancionada este ano, garante a revisão anual dos valores de remuneração dos serviços prestados ao SUS, o que gera esperança para as instituições. Agora, elas aguardam a regulamentação da lei para iniciar os ajustes financeiros e melhorar a qualidade dos serviços oferecidos.