
Israel declara secretário-geral da ONU, António Guterres, “persona non grata”
Decisão foi tomada após críticas de Israel sobre a postura de Guterres em relação aos ataques de 7 de outubro de 2023.
Da Redação
03/10/24 • 12h10

O ministro israelense dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, anunciou nesta quarta-feira (2) que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, foi declarado “persona non grata” e, portanto, impedido de entrar em Israel. Katz afirmou que Guterres será lembrado como “uma mancha na história da ONU” devido à sua postura em relação ao conflito envolvendo Israel e o grupo Hamas.
A decisão, segundo o ministro, se deve ao fato de Guterres não ter condenado de forma adequada o ataque realizado pelo Hamas contra Israel no dia 7 de outubro de 2023. Katz criticou a posição do secretário-geral, afirmando que ele não denunciou “inequivocamente” as atrocidades cometidas pelo grupo, como o assassinato e o rapto de civis, e também não fez esforços para declarar o Hamas como uma organização terrorista.
Katz também acusou Guterres de apoiar outros grupos militantes, como o Hezbollah e os Houthis, além de apontar o Irã como o principal patrocinador do terrorismo global. “Com ou sem António Guterres, Israel continuará defendendo seus cidadãos e sua dignidade nacional”, afirmou o ministro.
Em resposta aos ataques de 7 de outubro, Guterres havia condenado as ações do Hamas, mas também destacou que os ataques “não ocorreram no vácuo”, referindo-se à ocupação de territórios palestinos por Israel. Na ocasião, o secretário-geral afirmou que, embora as queixas do povo palestino não justifiquem os ataques do Hamas, esses atos também não podem justificar uma punição coletiva aos palestinos.
Em setembro, a Assembleia Geral da ONU havia aprovado uma moção não vinculativa que apelava para o fim da ocupação israelense nos territórios palestinos da Cisjordânia, um fator que também contribuiu para o aumento das tensões entre Israel e a ONU.