Israel rejeita cessar-fogo proposto por EUA e França com Hezbollah

Ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirma que confrontos no norte continuarão até a vitória.

Da Redação
26/09/24 • 21h30

Estados Unidos e França solicitaram uma pausa de 21 dias nos combates. (Foto: Amr Abdallah Dalsh)

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, descartou nesta quinta-feira (26) qualquer possibilidade de cessar-fogo com o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã, após Estados Unidos e França solicitarem uma pausa de 21 dias nos combates que já resultaram na morte de centenas de pessoas no Líbano. A declaração foi feita nas redes sociais, frustrando as expectativas de um acordo rápido para interromper a escalada de violência na região.

“Não haverá cessar-fogo no norte. Continuaremos a lutar contra a organização terrorista Hezbollah com todas as nossas forças até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, afirmou Katz em sua publicação.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, havia expressado esperança de um possível cessar-fogo, à medida que a violência forçou centenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas no Líbano em busca de segurança. No entanto, os conflitos entre Israel e o Hezbollah são os mais intensos em quase duas décadas, aumentando os temores de uma nova ofensiva terrestre israelense na fronteira entre os dois países.

O Hezbollah, criado pela Guarda Revolucionária do Irã em 1982 para combater a invasão israelense no Líbano, é considerado o representante mais poderoso de Teerã no Oriente Médio.

Enquanto Estados Unidos, França e outros aliados continuam a pressionar por um cessar-fogo imediato, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que estava a caminho de Nova York para discursar na ONU, ainda não havia respondido oficialmente à proposta de trégua, mas orientou o Exército de Israel a continuar os ataques.

Na última noite, ataques aéreos israelenses atingiram 75 alvos do Hezbollah no Vale de Bekaa e no sul do Líbano, incluindo instalações de armas e lançadores, conforme informaram as forças militares de Israel. Entre as vítimas do mais recente ataque, estão 23 sírios, principalmente mulheres e crianças, mortos em um prédio de três andares na cidade libanesa de Younine, segundo o prefeito da cidade, Ali Qusas.

Os intensos combates levaram alguns países, como a Turquia, a prepararem a evacuação de seus cidadãos do Líbano, diante da crescente insegurança na região.