Justiça decreta prisão de seis envolvidos no caso dos órgãos infectados com HIV

Funcionários e sócios do laboratório PCS Labs Saleme são acusados de lesão corporal grave e falsificação de exames.

Da Redação
23/10/24 • 11h53

O grupo é investigado por lesão corporal grave, organização criminosa e falsidade ideológica. (Foto: Fernando Frazão)

A 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, decretou a prisão preventiva de seis pessoas, entre sócios e funcionários do laboratório PCS Labs Saleme, sob a acusação de envolvimento em exames laboratoriais equivocados que liberaram órgãos infectados com o vírus HIV para transplantes. O grupo é investigado por lesão corporal grave, organização criminosa e falsidade ideológica.

Entre os alvos dos mandados de prisão estão Walter Vieira, sócio do laboratório, que já se encontrava preso, e seu filho Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, que se apresentou voluntariamente à polícia nesta quarta-feira (23). O advogado de Matheus, Afonso Destri, afirmou que a decisão da prisão é “absolutamente ilegal” e prometeu impetrar um habeas corpus. Segundo o advogado, Matheus tem colaborado com as investigações desde o início.

Além dos sócios, os funcionários do laboratório Adriana Vargas dos Anjos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Ivanilson Fernandes dos Santos e Cleber de Oliveira Santos também tiveram suas prisões decretadas e já estão sob custódia. Jacqueline também responde pela acusação de falsificação de documento particular.

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o laboratório PCS Labs Saleme teria emitido exames falsamente negativos para HIV em doadores de órgãos, o que resultou na liberação de órgãos infectados para transplante. A acusação alega que o resultado falso decorreu da degradação dos reagentes, que detectam o vírus, em razão de um controle de qualidade insuficiente.

Segundo o MPRJ, até o ano passado, o controle de qualidade dos reagentes era realizado diariamente, mas a partir de 2024, o procedimento passou a ser feito apenas semanalmente, com o objetivo de reduzir custos, comprometendo a exatidão dos exames.