Seis em cada dez escolas adotam regras para o uso de celulares

Pesquisa revela aumento no controle de celulares e acesso à internet nas instituições de ensino fundamental e médio.

Da Redação
06/08/24 • 17h33

Seis em cada dez escolas de ensino fundamental e médio no Brasil implementaram regras para o uso de celulares pelos alunos, permitindo o uso apenas em determinados espaços e horários. Segundo a pesquisa TIC Educação 2023, lançada nesta terça-feira (6) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 28% das instituições proíbem o uso do dispositivo. O levantamento foi realizado junto a 3.001 gestores de unidades de ensino, tanto urbanas como rurais.

A pesquisa destaca que o controle do uso de celulares nas escolas tem se intensificado. Nas instituições que atendem alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, a proporção de escolas que proíbem o uso do celular aumentou de 32% em 2020 para 43% em 2023. Nas escolas que oferecem os anos finais do ensino fundamental, a porcentagem subiu de 10% para 21% no mesmo período. Apenas 8% das instituições que atendem estudantes de ensino médio proíbem o uso do celular.

Além disso, a pesquisa revelou que mais escolas estão limitando o uso de wi-fi pelos estudantes. Entre as instituições de ensino fundamental e médio que possuem internet, 58% restringem o acesso à rede sem fio por meio de senha, e apenas 26% permitem que os alunos utilizem a tecnologia. Comparando os dados de 2020 e 2023, houve uma redução na proporção de escolas que liberam o Wi-Fi para os alunos, de 35% para 26%, e um aumento naquelas que restringem o acesso, de 48% para 58%.

**Acesso à internet**

O acesso à internet nas escolas de ensino fundamental e médio no Brasil alcançou 92%. Em 2020, durante a pandemia, a conectividade era de 82%. O crescimento foi mais significativo nas escolas de áreas rurais, onde o acesso à internet passou de 52% em 2020 para 81%. No entanto, apenas 65% dessas escolas disponibilizam o acesso aos alunos.

Nas escolas do interior do Brasil, a conectividade aumentou de 79% para 91%, enquanto nas capitais a porcentagem permaneceu em 98%. As escolas municipais e públicas também apresentaram um aumento na conectividade, de 71% para 89% e de 78% para 91%, respectivamente.

**Equipamentos**

Além do acesso à internet, é crucial que as escolas possuam dispositivos digitais suficientes para fins pedagógicos. Nas escolas rurais, a disponibilização de computadores aumentou de 63% em 2020 para 75%. No entanto, 42% dos gestores de escolas municipais relataram a ausência de computadores para uso dos alunos.

Nas escolas urbanas, a conectividade em espaços administrativos e pedagógicos ainda é limitada. Apenas 40% das bibliotecas ou salas de estudo para alunos possuem internet. Em contrapartida, 73% das escolas estaduais e 72% das particulares oferecem conectividade nesses espaços.

**Conectividade nas salas de aula**

Entre 2020 e 2023, a conectividade nas salas de aula aumentou tanto em escolas municipais, de 60% para 82%, quanto nas estaduais, de 63% para 80%, aproximando-se da porcentagem das escolas privadas, que era de 88% no ano passado.

Os desafios enfrentados pelas administrações municipais também incluem a queda na disponibilização de laboratórios de informática com acesso à internet. Apenas 22% dessas unidades oferecem o serviço, uma redução em relação aos 25% registrados há três anos. As escolas estaduais apresentam os melhores números, com 65% das unidades dispondo de laboratórios de informática com acesso à internet, enquanto nas escolas particulares essa porcentagem é de 42%.