
Governo Federal investiga possível origem criminosa das queimadas em São Paulo
Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, aciona Polícia Federal para apurar suspeitas de incêndios orquestrados no estado.
Da Redação
26/08/24 • 11h10

O Governo Federal, por meio da Polícia Federal (PF), iniciou investigações para apurar a possível origem criminosa das queimadas que se alastraram pelo estado de São Paulo nesta semana. A ação foi confirmada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante visita à sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília.
Marina Silva destacou a suspeita de que as queimadas podem ser resultado de uma ação criminosa organizada, semelhante ao “dia do fogo” ocorrido em 10 de agosto de 2019, quando incêndios coordenados atingiram mais de 470 propriedades rurais. “Há uma forte suspeita de que está acontecendo de novo”, afirmou a ministra.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também esteve presente na sala de situação do Prevfogo, onde assegurou que o governo federal está empenhado em mobilizar todos os recursos necessários para debelar as chamas. “A gente acaba de apagar o fogo, você vira as costas e ele acende outra vez”, disse Lula, referindo-se à dificuldade de controle dos incêndios.
A ministra Marina Silva reforçou que a situação em São Paulo é atípica e ressaltou a necessidade de uma resposta rápida e coordenada. “Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em dois dias tenha diversas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, disse a ministra.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, confirmou que a instituição já abriu 31 inquéritos relacionados a condutas criminosas envolvendo incêndios florestais na Amazônia e mais 20 no Pantanal, além de duas novas investigações sobre os incêndios em São Paulo.
Neste domingo (25), o governo paulista informou que 21 cidades do estado enfrentam focos ativos de incêndio, enquanto outras 46 estão em alerta máximo para a aproximação das chamas.
O governo federal mobilizou um número recorde de brigadistas para combater os incêndios florestais neste ano, com 1,4 mil atuando na região amazônica e 800 no Pantanal. Helicópteros da Marinha e do Exército foram enviados a São Paulo para ajudar no combate aos incêndios.