UFC desenvolve cimento mais resistente e com menor emissão de carbono

Pesquisadores criam fórmula sustentável que utiliza 90% de resíduos industriais e pode reduzir emissões em até 75%.

Da Redação
19/09/24 • 11h00

A fórmula foi patenteada em março deste ano. (Foto: Guilherme Silva)

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram uma nova tecnologia de cimento, conhecida como cimento geopolimérico, que promete ser mais resistente e ambientalmente sustentável. Composta por mais de 90% de resíduos industriais, como escórias de aciaria e cinzas volantes, a fórmula do novo cimento foi patenteada em março pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Esse cimento, além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa em até 75% em comparação ao tradicional cimento Portland, aproveita resíduos abundantes no estado do Ceará. A invenção, liderada pelo Prof. Lucas Babadopulos, visa oferecer uma alternativa econômica e sustentável para o setor da construção civil, tradicionalmente responsável por 5% das emissões globais de carbono.

O uso desse material pode se tornar economicamente viável à medida que sua produção em escala for implementada, além de contribuir significativamente para a redução da pegada de carbono em projetos de construção. “Uma vez que os materiais utilizados para produção do cimento geopolimérico são resíduos industriais de baixo valor agregado, o cimento produzido a partir desse material tende a ser economicamente competitivo no futuro, desde que haja escala de produção industrial, em locais em que os resíduos estejam disponíveis. Além disso, podem ser utilizados em aplicações com necessidade de redução de pegada de carbono”, complementa o professor.