
Operação aplica mais de R$ 16 milhões em multas no Ceará por desmatamento ilegal
Fiscalização em oito municípios cearenses resulta em sanções e combate à degradação do bioma.
Da Redação
01/10/24 • 11h10

A edição 2024 da Operação Mata Atlântica em Pé no Ceará resultou na aplicação de R$ 16.325.100,00 em multas por desmatamento ilegal, conforme divulgado na última sexta-feira (27). A ação foi conduzida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), o Ministério Público do Estado do Ceará, o Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), integrando uma iniciativa nacional coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
A operação, que visa combater o desmatamento e recuperar áreas degradadas do bioma Mata Atlântica, foi executada em 17 estados brasileiros. No Ceará, entre os dias 16 e 20 de setembro, as fiscalizações ocorreram em oito municípios: Camocim, Cruz, Guaramiranga, Itapipoca, Mulungu, Trairi, Pacoti e Paraipaba, abrangendo uma área de 2.014,25 hectares. As multas foram aplicadas pela Semace e pelo Ibama.
Em comparação com a operação de 2023, houve um aumento expressivo no valor das multas e na área fiscalizada. No ano passado, foram vistoriados 743,47 hectares em 11 municípios, com multas somando R$ 1.930.435,00.
A operação deste ano identificou 17.124 hectares de supressão ilegal de vegetação nativa em todo o Brasil, superando os 15,4 mil hectares registrados em 2023. O total de multas aplicadas até 27 de setembro chegou a R$ 137.515.308,05, o maior valor da história da operação.
Os estados com maiores áreas fiscalizadas e supressão de vegetação nativa foram Piauí, Minas Gerais e Paraná. Minas Gerais, com R$ 56,2 milhões em multas, liderou em valores aplicados.
As fiscalizações utilizaram tecnologia do projeto MapBiomas, que permite o mapeamento de áreas com possível degradação por meio de imagens de satélite de alta resolução. Este recurso foi fundamental para a identificação de áreas críticas e para a realização de fiscalizações remotas.
Apesar dos desafios, o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica indica uma tendência de queda no desmatamento do bioma. Entre 2022 e 2023, houve uma perda de 14.697 hectares, uma redução de 27% em comparação ao período anterior.