Governo Federal descarta adoção do horário de verão para este ano

Decisão é motivada por cenário energético favorável e planejamento para próximas temporadas.

Da Redação
16/10/24 • 16h18

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou a retomada nesta quarta-feira. (Foto: Reuters)

O governo federal anunciou nesta quarta-feira (16) que não adotará o horário de verão em 2024, descartando a necessidade da medida neste período. A decisão foi comunicada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na sede do ministério, em Brasília.

“Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período, para este verão. Temos a segurança energética assegurada”, declarou Silveira.

O ministro explicou que, embora a condição hídrica ainda esteja se recuperando, há perspectivas positivas para os próximos meses. Ele também sinalizou que a política poderá ser reavaliada para o verão de 2025/2026.

“É importante que esta política seja sempre considerada. O horário de verão não pode ser fruto de uma avaliação apenas dogmática ou de cunho político, pois tem reflexos tanto positivos quanto negativos, devendo estar sempre na mesa”, frisou o ministro, acrescentando que vários países, como a França, adotam a medida por razões econômicas.

O horário de verão foi cogitado este ano como uma possível resposta à pior seca já registrada no Brasil, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). No entanto, o ministro enfatizou que, com a chegada das chuvas no Sudeste e na cabeceira de rios importantes, a situação está se normalizando.

“Graças a algumas medidas de planejamento durante o ano, conseguimos chegar com nossos reservatórios com índices de resiliência que nos dão certa tranquilidade”, concluiu Silveira.

O horário de verão foi introduzido no Brasil em 1931, sendo adotado irregularmente até 1985, quando passou a ser implementado sistematicamente para reduzir o consumo de energia e beneficiar setores como turismo, comércio e lazer. Em 2019, a medida foi suspensa durante o governo Bolsonaro, sob a justificativa de que mudanças nos hábitos de consumo tornaram a política ineficaz.

Embora a possibilidade tenha sido considerada para este ano, Silveira destacou que implementar a medida em meados de novembro traria pouco benefício. “O pico do custo-benefício do horário de verão é nos meses de outubro e novembro. Adotá-lo agora resultaria em pouco aproveitamento deste pico e exigiria um planejamento mínimo para que os setores se adaptassem”, explicou.